O melhor alimento para o bebê é o leite materno. A amamentação deve ser mantida até os seis meses de vida da criança, exclusivamente. O que certamente trará só benefícios tanto para o bebê quanto para a mamãe. Não devem ser oferecidos ao bebê nenhum outro tipo de alimento (chá, suco ou água) além do leite materno durante esse período.
Além de conter os nutrientes necessários para o desenvolvimento e proteção do bebê contra infecções, doenças de pele, ouvido e respiratórias, evita diarréia e estreita ainda mais a relação de afeto entre mãe e filho, melhorando o desenvolvimento psicológico e afetivo do bebê. Ajuda na fala da criança e diminui a incidência de cárie. E ainda, existem pesquisas que mostram que existem menores riscos de obesidade em crianças que mamam no peito. Para a mamãe, o aleitamento faz diminuir o sangramento pós-parto e o peso volta ao normal mais rápido. É um método natural de Planejamento Familiar, desde que a mãe ainda não tenha menstruado após o parto, que o bebê tenha menos de 6 meses e que a amamentação seja exclusiva durante o dia e a noite. Além do mais, o leite materno é limpo, prático, está pronto e quentinho e não tem custo nenhum!

É importante lembrar que:

• “Dar de mamar faz os peitos caírem”
• “Meu leite é fraco ou insuficiente e o bebê chora com fome”
• “Criança que nasceu antes do tempo ou muito pequena, não pode mamar”
• “Se o bebê arrotar mamando, o peito pode inflamar ou o leite secar”
• “Mãe que trabalha fora não pode amamentar”

TUDO ISTO É FALSO

Técnicas e informações importantes da amamentação:

• Na gestação evite o uso de cremes, pomadas, sabão ou sabonetes no mamilo. Use sutiã com alças largas que dê sustentação ao peito. Tome banho de sol nas mamas pela manhã durante 15 minutos.
• Nos primeiros meses de vida, o bebê não tem um horário fixo para mamar, ele estabelece os horários conforme sua necessidade, portanto, a amamentação deve ser de livre demanda; apenas não deixe que intervalo entre as mamadas seja superior a 3 ou 4 horas, muitas vezes necessitando acordar o bebê para mamar.
• Nas primeiras mamadas, o bebê recebe o colostro, um líquido transparente e amarelado rico em nutirente que protegem a criança de várias doenças. A quantidade de leite produzida depende da sucção do bebê, da quantidade de líquido que a mamãe ingerir e do seu estado emocional, por isso, sempre procure beber muita água e mantenha-se tranquila.
• Se você tem o bico do seio invertido, muito pequeno ou muito grande não se preocupe, nenhum tipo de bico impede a amamentação, pois para fazer uma boa pega o bebê abocanha a parte escura do peito (aréola) e não apenas o bico. Caso necessário, existem bicos intermediários que facilitam a mamada.
• Antes de amamentar, lave as mãos, prenda os cabelos, sente-se em um lugar confortável, adotando uma posição mais cômoda para você e o bebê.
• Limpe o mamilo e a aréola com o próprio leite, massageie a aréola e a mama para facilitar a saída do leite, o que facilitará a pega pelo bebê.
• Acomode o bebê de modo que ele fique com a barriga encostada na sua e a nuca dele apoiada sobre a dobra do seu cotovelo. Posicione o mamilo e a maior parte da aréola dentro da boca do bebê.
• O bebê deve mamar até soltar espontaneamente e esgotar completamente, para aproveitar o leite do final da mamada que é rico em gordura e proteínas. Se o bebê parou de sugar e não soltou a mama, coloque o dedo mínimo no canto da boca do bebê, para que solte o mamilo sem machucá-lo.
• Algumas vezes o bebê pode querer mamar mais depois de esgotar uma mama, assim, ofereça outra mama. E na próxima mamada, começar pela mama oferecida por último, favorecendo o seu esvaziamento completo.
• Após amamentar, mantenha o bebê em pé com a cabeça próxima ao seu ombro e aguarde aproximadamente 10 minutos. O bebê só irá arrotar se engolir ar durante a mamada, caso contrário, nem sempre irá arrotar.

Principais dificuldades na amamentação:

1. Pouco leite
• Primeiramente, é uma situação passageira, que pode ocorrer quando a mamãe se sentir muito cansada ou estressada. Por isso, procure tomar mais líquidos, coloque o bebê para mamar mais vezes, isto estimula a produção de leite e procure ficar mais tranquila e, sempre que possível, faça repouso.

2. Fissuras (rachaduras nos mamilos)
• Geralmente são causadas devido a má pega do bebê, que abocanha somente o mamilo. Portanto sempre cuide para que a pega esteja correta.
Não deixe o bebê usar o bico como chupeta e, se ele dormir durante a mamada, coloque seu dedo mínimo dentro do canto da boca do bebê até ele soltar.
• Limpe o mamilo somente com água durante o banho e com o próprio leite, que é um cicatrizante, antes e após a mamada. Evite o uso de pomadas, óleos ou cremes, use-os somente se tiver orientação médica.
• Procure expor as mamas ao sol durante aproximadamente 10 minutos, antes das 10h e após as 16h. Se não houver sol, utilize uma lâmpada de 40W ou secador de cabelo, mantendo distância.
• Em situações de muita dor, vermelhidão, sangramento intenso ou presença de pus, procure uma avaliação médica.

3. Ingurgitamento mamário (mamas cheias de leite / leite “empedrado”)
• Ocorre pelo excesso de produção de leite, devido ao não esgotamento completo das mamas, nos primeiros dias após o parto.
• É fundamental esgotar as mamas para resolver o problema. Massageie, após cada mamada, os pontos doloridos e endurecidos.
• Não use compressas quentes ou frias, evite banhos muito quentes e demorados, diminua a ingesta de líquidos. Ofereça as mamas sempre que o bebê solicitar.
• Para o esgotamento manual, lave bem as mãos, segure a mama com a palma da mão e com a outra faça movimentos circulares com os dedos. Faça uma pressão sobre a mama com as duas mãos para trás e para frente, com movimentos de aperta e solta, em direção ao mamilo. O leite vai sair em gotas e após em jatos. Este leite pode ser oferecido ao bebê ou armazenado.

4. Mastite (infecção nas mamas)
• Ocorre em consequência de fissuras mal tratadas ou, eventualmente, de ingurgitamento mamário. Os sinais e sintomas podem ser febre, dor, mamas com vermelhidão, dor de cabeça e mal-estar. Uma avaliação médica deve ser realizada para o tratamento. A amamentação pode e deve ser mantida.
• Algumas medidas podem ser tomadas, como a diminuição dos intervalos das mamadas, deixar o bebê sugar primeiramente na mama menos dolorida, manter os mamilos e a aréola limpos e secos, evitar o uso de absorventes mamários pra não deixar a pele abafada e o uso de conchas podem ser utilizadas.

Armazenamento do leite materno:

• Utilize um recipiente de vidro com tampa de plástico, lavado com água e sabão e fervido durante 15 minutos.
• Despreze os primeiros jatos de leite durante o esgotamento e, após, esgote o leite diretamente no recipiente. Feche o recipiente e coloque uma etiqueta com data e hora. Coloque imediatamente na geladeira ou congelador, nunca na porta.
• Se armazenadado em geladeira, o leite pode ser utilizado dentro de 12 horas. No congelador, até 6 dias. E no freezer, por 14 dias.
• Para o descongelamento, deixe-o na geladeira na noite anterior. Use-o em até 12 horas e não congele-o novamente.
• Para o aquecimento, a melhor forma é aquecê-lo em banho-maria, fora do fogo, somente com a água fervida. Não deve ser utilizado microondas e o leite materno não deve ser fervido. Ofereça o leite ao bebê, preferencialmente, em copinhos ou colher. O leite que sobrar deve ser desprezado.

Dr. Amauri do Rosário CRM-PR 6806 

Dra. Maurea do Rosário Franco de Almeida CRM-PR 23314